Eu sei, controlar o ativo e o passivo do seu próprio negócio não é fácil, mas erros de gestão financeira precisam ser evitados para otimizar a administração de todo o empreendimento — afinal, este departamento é imprescindível ao bom funcionamento e saúde financeira da sua empresa.

Assim como um pai se preocupa com a saúde dos filhos e atenta para qualquer sinal de perigo, o empreendedor precisa ter a mesma preocupação no trabalho, principalmente nas micro e pequenas empresas, nas quais ele é um jogador atuando em todas as posições.

Se quiser ter uma gestão financeira empresarial de sucesso, eu posso ajudar. Confira algumas dicas que você deve se ater para ver seu negócio decolar!

O que é gestão financeira no ramo corporativo?

É a capacidade de administrar as finanças para manter o bom funcionamento da empresa e obter melhores resultados. A intenção de quem abre uma indústria ou comércio é prosperar, motivo pelo qual uma série de medidas e procedimentos devem ser adotados.

Erros de gestão financeira comprometem projetos, contratos, paralisam operações, ensejam até mesmo ações judiciais, atrapalham colaboradores e departamentos do nível operacional ao estratégico, seja qual for o porte do empreendimento.

Todos os setores dependem de recursos econômicos para o desenvolvimento de suas atividades, inclusive por estarem conectados entre si, sendo essencial gerenciar contas a pagar e a receber, notas fiscais, recibos e investimentos para evitar perdas e otimizar ganhos.

Quais erros influenciam na saúde financeira?

Quero dar como exemplo duas pequenas fábricas de calçados conhecidas minhas: ambas tinham o mesmo número de colaboradores e, durante 5 anos, o faturamento da empresa A foi, em média, cinco vezes menor em relação à B. No final desse período, uma delas fechou as portas. Consegue adivinhar qual delas?

Se você acredita não ter informações suficientes para responder a pergunta, ótimo, sinal de que você realmente entende o conceito de gerenciamento de finanças. Caso tenha respondido “a que faturou menos”, reveja sua percepção, pois vender é importante, mas não vale de nada se os recursos obtidos não forem bem cuidados.

Falando em equívocos, trago na sequência alguns erros de gestão financeira a serem evitados, pois eles são capazes de impactar negativamente na saúde financeira da sua empresa, colocar você atrás da concorrência e comprometer todo o empreendimento.

1. Misturar finanças de negócios diferentes

Se você tem mais de uma empresa, não caia no erro (gigantesco!) de misturar os recursos entre elas. “Mas, o que há de errado nisso?”. O princípio é o mesmo da separação patrimonial prevista em lei entre pessoa física e jurídica: não botar tudo a perder.

Os negócios precisam funcionar de forma paralela, pois cada um tem sua atividade econômica, diferenças na produção, prestação de serviços, fornecedores, público-alvo, concorrentes e parceiros comerciais.

Misturar os caixas atrapalha na análise de dados, dificulta a identificação de gargalos, oportunidades e compromete estratégias. Cada empresa, por maior que seja a afinidade com outra sob a mesma direção, tem suas peculiaridades e elas devem ser observadas, — inclusive para a escolha de regime tributário, como falarei adiante.

2. Não fazer uma gestão financeira detalhada

Eu ainda fico espantado com a quantidade de empreendedores que conheço que simplesmente não dão a mínima importância para sequer entender conceitos como fluxo de caixa e controle de estoque.

O grande problema nisso é que sem informação não é possível tomar boas decisões, e quem é responsável por tais orientações em uma pequena empresa tem ainda menos chances de errar, pois um movimento equivocado pode sacrificar todo o investimento feito.

A solução é se informar, buscar assessoria de quem tem expertise em áreas específicas, como contabilidade e assistência jurídica. Além disso, um bom sistema de gestão financeira pode fazer toda a diferença porque organiza os recursos econômicos e admite a visualização dos dados de forma fácil e clara.

3. Negligenciar a tecnologia

A era da informação dinamizou as relações de consumo e inseriu inovações no cotidiano das empresas: aplicativos, softwares, robôs, automação, inteligência artificial e big data, entre outros tópicos, são assuntos do momento.

Novas tecnologias otimizam a gestão financeira porque são capazes de acelerar a capacidade produtiva, por exemplo. As máquinas estão avançadas e colaboram com o trabalho do funcionário porque aumentam o ritmo de realização nas tarefas mecânicas e admitem ao colaborador o enfoque em atividades analíticas.

Uma boa forma de otimizar a administração é contar com aplicativos de gestão, disponíveis para computadores e celulares. Eles permitem o armazenamento de dados na nuvem, poupam espaço físico, evitam a deterioração e facilitam a busca pelos documentos.

Ainda, há softwares para atendimento ao consumidor agilizando suas demandas e angariando informações de consumo úteis às estratégias empresariais. Saiba promover a conversação entre diferentes plataformas para vender mais, fidelizar clientes e se aproximar de parceiros comerciais. Tudo para administrar melhor os seus recursos.

4. Não escolher o melhor regime tributário

Nos tempos atuais, informação vale ouro! Basear-se em dados financeiros do ano decorrido ajuda no estabelecimento de qual tributação o empreendimento deve adotar no próximo ano fiscal.

Simples Nacional, Lucro Real e Presumido muitas vezes são obrigatórios por causa da atividade econômica desempenhada ou do porte do negócio. Contudo, nos casos em que é possível eleger o melhor sistema, você precisa estar a par do seu faturamento para fazer a melhor escolha.

O objetivo do meu post não é o aprofundamento no tema, mas o Simples Nacional, por exemplo, faz o contribuinte pagar um valor fixo independentemente de ter tido prejuízo. A guia única parece vantajosa, por angariar em um simples documento todos os tributos devidos.

Contudo, é necessário ter cuidado, e a pessoa mais indicada para instruir o empreendedor é o contador. Ainda, erros de gestão financeira podem ser minimizados com a orientação de um planejamento tributário, projeto normalmente desenvolvido por profissional do direito especializado na área.

5. Achar que só as vendas importam

O crescimento é normalmente palavra de ordem em pequenas empresas. Se temos 10 clientes, queremos 20. Se vendemos X neste mês, no próximo, precisa ser o dobro e assim por diante. Porém, será mesmo que só isso importa? Nem de longe.

A eficiência dos processos também é fundamental para o crescimento do negócio, bem como a fidelização dos clientes por meio de um bom atendimento, qualidade do produto e muitos outros detalhes.

Por isso, invista também em soluções de marketing e atendimento que o ajudarão a conquistar o público e manter os lucros altos, em vez de simplesmente aumentar as receitas momentaneamente.

6. Deixar de otimizar os custos

Quando eu falo em otimizar, e não apenas reduzir, os custos, é porque o objetivo jamais deve ser a diminuição e deixar a qualidade do produto ou dos processos cair. Isso seria ruim para os clientes, colocaria você atrás da concorrência e comprometeria sua participação no mercado.

O desafio é: como gastar menos sem perder qualidade? O que não está funcionando bem e nos fazendo perder dinheiro? Encontre as brechas e falhas que afetam a sua competitividade, tais áreas defasadas, estratégias pouco eficientes e metodologias de trabalho antiquadas.

Atente também aos custos, os fixos (aluguel da instalação) e variáveis (conta de água e luz) para descobrir como reduzir suas despesas. Tente, por exemplo, negociar o valor da locação com o dono do imóvel ou invista em treinamento para ensinar seus colaboradores a evitarem desperdício hídrico.

7. Pensar que a sua equipe não precisa de motivação

Equipes desmotivadas não produzem direito. Se seus colaboradores ficarem desanimados, você muito provavelmente vai perder dinheiro. Por isso, meu caro, seja inovador, crie um clima legal de trabalho e recompense o bom trabalho da sua equipe.

A verdade é que a saúde financeira de uma empresa não depende apenas de vender bastante. É preciso adotar um sistema de gestão que dê pleno controle sobre cada centavo que circula pelo seu caixa e envolver todos os colaboradores para fazer da responsabilidade e da organização peças-chave do negócio.

E você, já foi atrapalhado por algum desses fatores que eu citei? Se lembra de outro detalhe que pode afetar a saúde financeira de uma empresa? Me conte nos comentários!

Como evitar os erros e otimizar a gestão financeira?

Muitos empreendedores reclamam que não precisam prestar contas aos colaboradores sobre a administração da empresa. Realmente, não é uma obrigação, mas o gestor tem muito a ganhar quando esclarece o orçamento à equipe — transparência é fundamental.

Lembra quando falei de não misturar recursos econômicos entre negócios? Pois bem, faça a separação também entre suas finanças e as da empresa. No início é difícil, eu sei: 88% dos empresários utilizam recursos próprios (pessoais e da família) para lançar e manter o empreendimento na ativa com expectativas de retorno.

A princípio, os ganhos serão suficientes apenas para cobrir os gastos produtivos ou na oferta de serviços e, com sorte, talvez você consiga o suficiente para pagar as contas em casa e colocar o básico na mesa.

Conforme as operações melhorarem, não confunda o lucro com dinheiro disponível para gastar. Uma boa medida é fixar o pró-labore, remuneração fixa pelo seu trabalho, necessária para você ter uma vida confortável e proporcionar o mesmo a sua família durante o mês.

Estudar gestão financeira

Administrar envolve não apenas a vontade de fazer acontecer, mas também domínio das ferramentas e metodologias, úteis a quem deseja desenvolver boas estratégias, investir em planejamento e organização para obter sucesso.

Se você, assim como eu, empreende, dedique tempo aos estudos: a gestão financeira contempla outras áreas gerenciais (tributária, empresarial, de projetos e custos), além de matérias como matemática, contabilidade, orçamento e estatística.

Posso citar ainda as disciplinas de micro e macroeconomia, capazes de munir o gestor com informação necessária para avaliar todo o seu segmento de atuação. A visão ampla proporcionada pelo conhecimento do conteúdo em questão dará a você capacidade de analisar as situações de forma sistêmica e otimizada.

Assim, o empreendedor passa a considerar melhor os fatores internos e externos importantes à saúde financeira do negócio​, entende o sistema organizacional de forma integrada e faz uma gestão mais eficiente de seus recursos financeiros, evitando grandes perdas ou investimentos errados.

Você ainda pode contar com a ajuda de especialistas nas áreas sobre as quais você não tem know-how nem competência para lidar sozinho. Por vezes, vale a pena terceirizar serviços contábeis e jurídicos a criar departamentos específicos para tais áreas, por exemplo.

Não é esperado que você acerte de primeira na alocação de todos os recursos econômicos, nem que só tenha casos de sucesso para elucidar quantos erros de gestão financeira sua boa administração foi capaz de evitar. Contudo, vá por mim: atentar para este post pode fazer seu negócio prosperar mais rápido e com menos obstáculos.

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