As startups de mobilidade urbana se baseiam na economia compartilhada para desenvolver aspectos positivos à comunidade e gerar lucro para a empresa. O ponto mais interessante nisso é que esse tipo de economia tem criado um novo senso para o ato de comprar e consumir. Especialistas estimam que, em 2025, o setor de compartilhamento movimente US$ 335 bilhões no mundo todo.

Mas, apesar do nome sugestivo, o que é e como funciona a economia compartilhada? Existem empresas brasileiras que aplicam isso e têm sucesso? Não se preocupe, amigo empreendedor, tirarei todas essas dúvidas neste artigo. Boa leitura!

Entenda a economia compartilhada

Durante a crise global econômica de 2008, foi surgindo aos poucos uma nova forma de consumir. Com a conclusão de que o hiper-consumismo nos levou a degradar o meio ambiente, explorar povos e espaços — além de estimular a compra exagerada e sem motivos —, grupos de pessoas desenvolveram a colaboração de bens e serviços.

Isso não sou eu que estou dizendo, mas sim um grande jornalista, Thomas Friedman, que escreve para o New York Times. Há muitos anos, no jornal impresso, Thomas falou sobre as mudanças econômicas necessárias para a nova realidade mundial. Ainda hoje o artigo reverbera nesse tópico, servindo de base para entender o assunto.

A economia compartilhada funciona de três modos, ou sistemas, sendo eles:

  1. Redistribuição: é quando um objeto usado e que não tem mais valor em um local é distribuído em outro local onde é necessário. O princípio básico é conceituado como "5R" ou "reduza, reuse, recicle, repare e redistribua";
  2. Estilos de vida colaborativos: consiste na partilha de recursos valiosos, como dinheiro, habilidades, tempo, carro, casa e viagens;
  3. Sistema de serviços e produtos: é a valorização do benefício que recebemos, em vez do produto em si. Então, não precisamos de um DVD, mas sim do filme que está nele. Esse conceito serve basicamente para qualquer item.

Que impactos esse novo modelo traz?

O mercado econômico é um sistema adaptativo às mudanças, então, é claro que uma nova forma de consumir causará impactos. Um modo bem simples de entender esse processo é observando as startups de mobilidade urbana, setor crescente em nosso país  — fica a dica para investir.

As metrópoles do Brasil — como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte — enfrentam um grande problema com o transporte público e privado: não há mais espaço para eles na rua, simplesmente porque as cidades cresceram muito, têm muita gente nelas e, por consequência, muitos veículos circulando.

Nessas cidades que citei, algumas pessoas gastam entre uma e duas horas no trajeto casa-trabalho (cada viagem de ida e volta). Nisso já foram em torno de quatro horas diárias dentro de um transporte, público ou particular. No final do ano, acabamos passando em trânsito o equivalente a dois meses e 14 dias.

Um grande empreendedor, quando vê um problema, enxerga uma solução e oportunidade de negócio. Foi assim que muitas startups brasileiras começaram a investir no transporte coletivo. Elas promovem o bem-estar para essa fatia necessitada do mercado e geram valor em cima do benefício, promovendo um estilo de vida colaborativo.

Conheça 5 startups de mobilidade urbana

Para inspirar você a conhecer a economia compartilhada e admirar as várias possibilidades de negócios que ela proporciona, selecionei 5 startups de mobilidade urbana que são sucesso.

1. Yellow

Yellow - Startup de mobilidade urbana na economia compartilhada

A Yellow é mais um filho bem-sucedido dos mesmos criadores do app de transporte coletivo 99. Após vender o aplicativo para uma companhia chinesa, Ariel Lambrecht (argentino) e Renato Freitas (brasileiro) ficaram milionários e decidiram tirar poucos dias de férias. O motivo era a nova ideia em desenvolvimento: trazer ao Brasil o compartilhamento de bicicletas que não têm estação fixa.

Com o aplicativo, a pessoa localiza uma bicicleta disponível, desbloqueia por um QR-code e já sai pedalando. Após o uso, basta deixar em qualquer lugar e travar a bicicleta novamente, utilizando o mesmo aplicativo. O usuário paga R$ 1,00 a cada 15 minutos de viajem — muito abaixo do preço da passagem.Os principais desafios da Yellow são:

  • Vandalismo;
  • Falta de estrutura para o ciclismo
  • Pouco conhecimento das leis de trânsito (por parte da população).

Porém, eles fizeram tanto sucesso que, em janeiro de 2019 venderam o app para a mexicana Grin.

2. Grin

Grin - Startup de mobilidade urbana na economia compartilhada

A Grin entrou no mercado brasileiro com uma fusão feita no ano passado, ao adquirir a Ride, startup de mobilidade urbana que compartilha patinetes elétricos. O principal intuito da Grin ao entrar no Brasil é atingir a América Latina como um todo, melhorando a mobilidade da região, que tem seus próprios desafios — como a falta de estrutura nas cidades.

O intuito da Grin no transporte coletivo é promover a "vida de bairro" nas cidades do futuro, tornando-as inteligentes e acessíveis. Seu funcionamento é simples: usando o app, encontro o patinete elétrico mais próximo, desbloqueio e saio por aí. Além dos patinetes, a Grin também aluga bicicletas com a Yellow.

3. Riba Share

Ribashare - Startup de mobilidade urbana na economia compartilhada

A Riba Share é nova e começou seu funcionamento agora em dezembro de 2018. A ideia é simples: fornecer um transporte mais robusto que uma bicicleta, mas mais simples do que um carro. Então, eles desenvolveram um aplicativo para compartilhar scooters.

Basta fazer um cadastro rápido, informando dados como CNH e, após a liberação, que ocorre em minutos, basta "montar" no aplicativo que a scooter piscará as luzes, indicando que é a escolhida para sua viagem. Assim como com bicicletas e patinetes, podem ser deixadas e pegas em qualquer lugar, desde que seja uma vaga apropriada para duas rodas.

Incrivelmente, o vandalismo não é preocupação para Fernando Freitas (CEO da Riba Share), pois a tecnologia aplicada permite a monitoração ao vivo das unidades compartilhadas.

4. Turbi

Turbi - Startup de mobilidade urbana na economia compartilhada

Outra startup brasileira de mobilidade urbana é a Turbi, que trabalha com carsharing. O compartilhamento de carros funciona assim: com o aplicativo, o motorista faz um cadastro com seus dados e CNH, desbloqueia o veículo e sai dirigindo. Os modelos oferecidos são HB20 1.6, Nissan Kicks e Mini Cooper S, todos automáticos.

Os carros têm estações próprias e estão espalhadas em vários bairros de São Paulo. Os valores variam de R$ 8,00 até R$ 35,00 por hora, sendo inclusos valores até do IPVA. Assim, fica fácil sair de casa no dia de rodízio ou ter um transporte particular sem precisar comprar um carro próprio.

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5. Cittamobi

cittamobi - Startup de mobilidade urbana na economia compartilhada

O app Cittamobi foi criado para atender o transporte coletivo público urbano do Brasil inteiro. Atualmente está presente em 11 estados brasileiros e oferece como serviço principal a recarga dos cartões de ônibus, bem como horários, trajetos, pontos de parada e integrações disponíveis nas viagens.

Como startup de mobilidade urbana, o Cittamobi conecta cidadãos e cidades, oferecendo outros serviços, como denúncias de crimes dentro do transporte e oferta de empregos por localização do usuário. O principal desafio da empresa é levar a tecnologia para as prefeituras.

Uma ótima oportunidade de fidelizar os clientes das startups de mobilidade urbana é oferecer serviços como os citados. Assim, é garantido o diferencial competitivo frente ao mercado, além de estimular a economia compartilhada, oferecendo bem-estar comunitário. Se você é um investidor, pense na mobilidade urbana como uma opção de crescimento de negócios.

E aí, essas startups conseguiram inspirar você? Então, receba mais conteúdos assim, acompanhando o blog nas redes sociais do Facebook e LinkedIn!

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