Divisão de objetivos é um processo construído junto do funcionário e de acordo com a realidade da empresa. Veja como fazer esta gestão

Já falamos por aqui em mais de um post sobre a importância de se definir metas de atividades para os negócios fluírem. E outra coisa importante também já citada foi a de atuar diretamente com cada colaborador, como forma de desenvolver não somente eles, mas nós mesmos, como gestores. Senti a necessidade, agora, de abordar a questão das metas um pouco mais a fundo, por conta de uma coisa engraçada que me aconteceu outro dia.

Saiba Mais

Dicas simples para montar um plano de negócios

Como fazer o plano de carreira dos funcionários e se desenvolver como gestor

Você tem um propósito?

Eu tomo conta do meu negócio, mas tenho uma pessoa – um gerente – que me ajuda no trato com os funcionários. Com as coisas estratégicas tomando muito do meu tempo, ficou difícil dar conta de tudo, então decidi contratar um intermediário entre mim e a área operacional.

Este gerente leu o post que escrevi aqui no Guia Empreendedor “Como fazer o plano de carreira do funcionário e se desenvolver como gestor” e quis mostrar serviço. Veio todo feliz mostrar as metas que tinha elaborado individualmente para cada membro da equipe e que comunicaria assim que eu desse meu ok. Foi então que o orientei:

Metas individuais devem partir de um todo

Eu vou explicar bem este ponto, para não parecer coisa de doido: normalmente, em um plano de negócios, a companhia estipula quanto quer estar faturando em determinado espaço de tempo, com base no seu ritmo de crescimento dos últimos períodos e da situação do mercado em que atua. A partir desta meta geral, é preciso entender como cada funcionário, individualmente, pode ajudar a atingi-la, mas, cuidado…

… na hora de distribuir as metas individualmente

É preciso ser muito realista. Cada função dentro de uma empresa tem um nível mínimo e máximo de atribuições. Não adianta, por exemplo, querer faturar R$ 100 mil e estabelecer que cada um dos dez funcionários trará R$ 10 mil. Um vendedor, por exemplo, tem que correr atrás do faturamento, mas uma pessoa que trabalha no RH, por sua vez, não tem como trazer verba para dentro de casa. Da mesma forma, é preciso lembrar que cada vendedor tem um perfil: um é mais agressivo, outro traz cotas menores, outro faz vendas de longo prazo. Entenda cada funcionário seu, individualmente, antes de pensar como ele pode lhe ajudar a atingir o resultado pretendido.

Não foque somente nas vendas

Quando falamos em estabelecer metas, a primeira coisa que vem em nossa cabeça é quanto queremos faturar com vendas. Contudo, isso limita muito o desenvolvimento de cada profissional e da empresa como um todo. Se o objetivo da sua empresa é atingir um faturamento de R$ 100 mil está errada (ou, no mínimo, perneta). A meta da sua empresa é entregar determinada solução de problema/experiência e, com isso, chegar a R$ 100 mil, e não atingir o faturamento previsto se esquecendo de qual sua real missão. Por isso, pergunte-se: quais as outras variáveis que entram nesta conta, além do dinheiro? Que tal pensar em metas de redução de gastos internos, de reciclagem de materiais de escritório e realizações pessoais para cada funcionários? A recepcionista, por exemplo, pode não trazer dinheiro para dentro da empresa através de vendas, mas uma ótima meta para ela seria simpatia e proatividade com cada pessoa que visitar a empresa. O pessoal do contas a pagar pode ficar com a redução de custos de escritório (desde que, claro, não prejudique as atividades).

Estabeleça metas reais

A empresa quer faturar R$ 100 mil? Existe mercado para isso? O crescimento é factível? Se a resposta por até mesmo um “talvez”, o plano está muito, muito errado. Não adianta objetivos inalcançáveis, porque eles não serão atingidos e virarão uma frustração para quem se comprometeu com eles. Da mesma forma, não tenha dó do colaborador a ponto de passar uma meta extremamente baixa, apenas para ele ficar feliz em cumpri-la.

Não imponha metas

Outro erro muito comum de acontecer é o gestor engravatado sair pela equipe distribuindo envelopes brancos com os objetivos de cada um, sem chamar para uma conversa e ouvir a opinião dos outros. Quanto mais colaborativo for este momento, mais o funcionário vai se sentir parte dele e trabalhar com foco em um resultado que ele mesmo estipulou. Mas aqui, cuidado com a pegadinha: você, como líder, deve ter uma visão mais ampla das coisas do que seu funcionário. Ouça e considere as opiniões dele, mas saiba em qual momento intervir e ajudá-lo a calibrar o objetivo por ele proposto – seja para cima, seja para baixo.

Acompanhe sempre

Sente-se trimestralmente com seus colaboradores para o acompanhamento do plano, revisitando cada item e entendendo o que vai bem e o que vai mal. Se for necessário, redistribua os objetivos com para os meses que restam no ano, mas deixe claro que isso não pode ser um hábito: são situações emergenciais, não recorrentes. Mesmo com este acompanhamento, mantenha-se sempre à disposição da equipe para tirar dúvidas e ajudar a recalcular rotas. No final, o objetivo maior é atingir aquilo que a empresa planeja.

Recompense e ensine

Recompense bons resultados e ensine – não reprima – aqueles que não foram tão bons quanto o esperado. Jamais exponha a pessoa que não conseguiu se destacar e entenda, junto dela, onde foi que o plano deu errado. Um erro de um colaborador nunca é responsabilidade somente dele – você, como responsável, está junto nessa. Outro ponto muito importante: sempre elogie em público e corrija em particular.

Espero que tenha ajudado! Como você faz na sua empresa?

Matérias relacionadas:

Recursos Humanos

VER todos