Algumas empresas lançam mão da iniciativa fora do Brasil. Conheça alguns casos

O ambiente de trabalho está ficando mais flexível. Empresas de todos os lugares do mundo trocam horário comercial rígido, obrigatoriedade de uso de roupas corporativas e, até mesmo, comparecimento contínuo ao escritório, por comprometimento com resultado. Tudo isso para deixar o colaborador mais à vontade para exercer seu trabalho, com responsabilidade e da forma que ele considerar melhor. Mas algo que, definitivamente está fora do padrão, é o movimento de conceder férias por tempo indeterminado aos funcionários, movimento que nasce em empresas de tecnologia e começa a se espalhar para outros segmentos. Eles que escolhem o tempo que descansarão.

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Quando li reportagens sobre isso em mídias brasileiras e internacionais, minha primeira reação foi de espanto. Abertura é algo muito bem-vindo no rígido ambiente corporativo, mas será que chegamos a um nível de maturidade suficiente para isso?

“Cabe ao funcionário decidir se precisa de férias e quando tirá-las, partindo do princípio que sua equipe não sentirá o impacto de sua ausência”, pontua Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, em seu blog, ao explicar a decisão da companhia de transporte aéreo de adotar a “não-política” de férias. Ele diz ter se inspirado em empresas como Netflix, que anunciaram essa estratégia tempos antes. Outras empresas que adotam essa estratégia são Evernote, empresa de produtividade em nuvem, e uma produtora de games norte-americana chamada Valve.

“Nós simplesmente dizemos às pessoas que se confiamos nelas para tantas outras decisões, é claro que vamos confiar para gerenciar seu próprio tempo”, disse Gabe Newell, cofundador e presidente da empresa, ao jornal The Washington Post.

Outro caso que chama muito a atenção: na Evernote, funcionários ganham US$ 1 mil quando decidem tirar suas férias ilimitadas. A ideia foi estimular que as pessoas realmente descansassem, já que muitas optavam por trabalhar ininterruptamente mesmo com o direito garantido. “Eu não quero que as pessoas não tirem férias, porque isso simplesmente não é bom para elas, e é ruim para mim. Você não vai conseguir muito trabalho de alguém que não tira férias há um bom tempo”, contou Phil Libin, presidente da empresa, ao The New York Times.

No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) indica que todo empregado tem direito a férias após cada período de 12 meses do contrato de vigência do trabalho. O período de 30 dias corridos é válido quando a pessoa não tiver faltado ao serviço mais de 5 vezes. O tempo cai, paulatinamente, até 12, quando houver de 24 a 32 faltas.

Obviamente, férias ilimitadas combinam bem com trabalhos intelectuais e criativos, onde a pressão pela entrega de um bom projeto é maior do que a exigência pelo cumprimento de horários e atividades operacionais. Contudo, em minha visão, dificilmente se aplica a casos de trabalho mais operacionais ou que exijam a presença física dos funcionários, como fábricas, empresas que trabalham em turnos, etc.

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