O desafio de ser mulher empreendedora no Brasil

Como comentei com vocês no início do mês, quando redigi o post “Dia Internacional da Mulher e empreendedorismo: vamos, juntos, acabar com os clichês?”, agora em março, em comemoração a este mês tão feminino, publicamos, uma vez por semana, um post sobre o tema aqui em nosso Guia Empreendedor.Hoje eu trago para vocês um resumo dos posts anteriores sobre a experiência de quatro mulheres empreendedoras que fizeram a diferença no Brasil. Vou começar contando a história de duas delas que, pelo tamanho de suas empresas, já são conhecidas de muitos dos que forem ler este texto:

Luiza Helena Trajano, Magazine Luiza

Uma das empresárias de maior sucesso no Brasil, Luiza Helena Trajano trabalha desde criança. Aos 12 anos de idade, ela abriu mão das férias na escola para trabalhar na Cristaleira, loja de presentes situada em Franca e que pertencia a seus tios. Com o passar dos anos e com o desenvolvimento dos próprios negócios, Luiza passou de balconista a gerente geral e a pequena loja de bairro tornou-se o que hoje é a rede Magazine Luiza. Ela assumiu o comando do grupo em 1991 e tornou a marca mais profissional ainda: são mais de 600 lojas, 21 mil funcionários, 20 milhões de clientes e fatura R$ 6 bilhões por ano. Entre os diferenciais de sua empresa está o Conselho de Colaboradores, “criado em 1994 como uma instância de gestão democrática e participativa”. É no conselho que, por exemplo, há deliberações sobre promoções, admissões e demissões.

Cristina Boner, Globalweb (holding do Guia Empreendedor)

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Cristina era professora universitária quando, na década de 1990, conheceu o pacote Windows. Foi com este primeiro contato que vislumbrou a empresa que, pouco tempo depois, seria uma das primeiras revendas brasileiras da Microsoft. Para conseguir tocar a companhia, ela vendeu o automóvel Gol que tinha na época e convidou dois de seus alunos para serem estagiários. “Quem nasce empreendedor não demora muito para abrir seu negócio. Ninguém me disse que daria certo. É algo que vem de dentro para fora. Não tinha nem dinheiro para fazer pesquisa de mercado, tinha apenas a minha convicção técnica”, garante. Os primeiros clientes foram entidades públicas. Hoje, o grupo tem faturamento de R$ 500 milhões previstos para a GlobalWeb Corp encerrar seu ano fiscal – o que ocorrerá em março de 2014 – não são suficientes. Cristina planeja ampliar as operações de sua empresa e atingir, em três anos, faturamento de R$ 1,2 bilhão, sem contar possíveis aquisições. “Se eu fosse homem, faturaria o dobro”, acredita. “Mas o importante para mim é quebrar paradigma”, esclarece.Sim, Luiza e Cristina venceram na vida. Mas quem disse que para ser vitoriosa é preciso faturar milhões ou bilhões? Não é necessário ter centenas de funcionários para ser uma empreendedora que faz a diferença. Por isso, contamos a história de outras duas pessoas, que, também, foram visionárias. Que, também, servem de inspiração para mulheres e homens de todo o Brasil que querem montar sua própria empresa.

Kátia Gianini, Pet Shop Tatuapé

Kátia trabalhou por sete anos em uma empresa de call center. Quando perdeu seu emprego, pensou: “por que não trabalhar com o que eu gosto?”. E ela sabia de uma coisa que gostava bastante: animais de estimação. Por isso, apesar de parecer loucura abrir seu próprio negócio, ela decidiu se aventurar pelo mundo do empreendedorismo. Falou com sua cunhada, que topou a proposta de criar uma sociedade, e foi atrás de construir seu grande sonho, o de montar sua própria pet shop. Antes de tirar a ideia do papel, foi atrás de estudar sobre o tema, planejar e ver o quanto era preciso investir para dar vida à sua ideia. “Eu trabalho com o que eu amo”, conta. Ela deu um depoimento em vídeo sobre o uso do software de gestão Clique Pet Shop, vendido no Vouclicar.com. Mas mais do que controlar as operações de sua empresa, ela usa o software para outra coisa. “Fico vendo os meses anteriores, quando tivemos dois cachorros no mês... e mês passado, fechamos com 47 cachorrinhos. Para este mês, projetamos muito mais, graças a Deus”. Veja o vídeo:

Madalena Rodrigues, Crepe Au Chocolat

Ela foi jornalista do Jornal do Brasil durante 17 anos, mas chegou um momento em que o espírito empreendedor de Madalena se inquietou e a impediu de fazer a mesma coisa pelo resto da vida. Foi aí que viu a oportunidade de vender as panquecas que costumava preparar (e que sempre foi elogiada) para seus filhos e amigos nos fins de semana. Comprou uma chapa usada, levou pra casa, pegou uma receita e começou a testar. Foi assim que ela apostou no Crepe Au Chocolat, em Brasília. Questionaram: “Você é louca? Sair do jornal para abrir uma creperia?” E enquanto isso, ela já estava providenciando a reforma do seu primeiro ponto de venda. Outra situação pela qual a Madalena passou foi preconceituosa, por ser mulher: certa vez, enquanto fazia compras dos ingredientes em um atacado para o seu negócio, estava em uma das filas e ouviu do segurança que “deveria se retirar, porque aquela era uma fila só para empresários”. Nada disso intimidou a empreendedora. A visão de Madalena ainda foi além: foi ela que definiu o nome e a marca do seu próprio negócio, que permanece até hoje, 20 anos depois. A creperia que começou com apenas 5 funcionários hoje conta com mais de 80, distribuídos entre 3 lojas, mais de 50 opções de recheios de crepe (alguns deles sugeridos pelos próprios clientes) e é Top of Mind em Brasília por diversos anos consecutivos.Ser empreendedor não é ser gigante. Ser empreendedor é realizar o seu sonho – não importa o tamanho dele.Qual o seu sonho? Conte pra gente.

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